Custos de ordenados

Hoje gostava de falar de outra coisa que está muito na moda - o custo do ordenado para a empresa. Então para essas contas entram a TSU (é o que a empresa paga à Segurança social), o subsídio de refeição, o subsídio de férias, o subsídio de Natal e o seguro. Ou seja, para um ordenado mínimo:

Remuneração base - 820 (anual - 9840) 

TSU - 284,95 (trabalhador paga 11% - 90 euros e a empresa paga 23.75% - 194.75 euros (anual para a empresa - 2337)

Subsídio de refeição - vamos considerar 6 euros - 132 euros (anual -1584) 

Subsídio de Natal - 820 euros 

Subsídio de férias - 820 euros 

Seguro - 90 euros por ano

 

Se somarmos tudo e dividirmos pelos meses do ano temos o valor do ordenado mínimo para a empresa - 1170 . Ou seja, a empresa paga a mais 350 euros. É assim que se chegam àqueles valores astronómicos pois estão a  contabilizar os subsídios de férias, natal, refeição e seguros. Será que querem deixar de pagar esses direitos? É que num ordenado mínimo sejamos honestos para o estado, diga-se Segurança social, vão 194 euros. 
Num ordenado de 2000 euros a TSU para a empresa é de 554 euros.
Num ordenado de 3000 euros a TSU para a empresa é de 831 euros.
Quando Cotrim de Figueiredo num debate diz que um ordenado de 4000 euros, que é normal em qualquer país europeu e que uma empresa em Portugal não o pode pagar porque tem um custo de 10 000 euros. A que se refere?

À TSU? - a empresa paga 1108 euros

Se formos contabilizar tudo o resto - subsídios de férias, Natal, refeição e seguro - nem assim lá chegamos. Chegamos a um valor de 1674. Juntando à TSU fica 2782. Portanto o ordenado de 4000 euros à empresa custa 6782 euros. Portanto falamos de 1108 que a empresa paga ao estado, entenda-se segurança social. Os restantes 1674 euros são direitos dos trabalhadores. 

Será que querem acabar com esses direitos? Porque falam neles como encargos da empresa e não como direitos dos trabalhadores?

Na proposta da IL a empresa deixa de pagar TSU sendo esse valor transferido para o ordenado do trabalhador. Um ordenado mínimo passa a 1014 euros. Um ordenado de 1000 euros passa a 1237 euros e por aí fora. Sendo que os que ganham mais saem claramente mais beneficiados. Agora, se ficarmos doentes quem nos paga a parte do ordenado a que temos direito? Em caso de gravidez quem paga a baixa na totalidade? Um seguro privado?

Espera! Agora como 2 900 000 passaram a ganhar abaixo dos 1237 e desses 820 000 passaram para 1014 euros já se pode poupar com fartura e pagar um seguro de doença em caso de baixa.

Fica a economia muito mais revitalizada!